Resenha: Stalingrad – Accept

Accept é uma banda consagrada entre os metaleiros, faz um heavy metal clássico sem firulas, a banda abrange temas sociais como sexo, rock/metal e fantasia. O som é rotulado como “Heavy Metal Clássico”. Na minha opinião, é uma das melhores bandas do metal clássico, chegando ao lado de Iron Maiden e Judas Priest .
O Accept tem um papel muito importante no desenvolvimento do power/speed metal na Europa, suas influências vão de Judas Priest a AC/DC. A banda foi montada no início da década de 80′ na Alemanha pelo vocalista Udo Dirkschneider (hoje consagrado como vocalista solo).
Hoje a formação do Accept conta com:
Mark Tornillo – Vocal;
Wolf Hoffmann – Guitarra, backing vocal
Herman Frank – Guitarra
Peter Baltes – Baixo, Backing vocal
Stefan Schwarzmann – Bateria



O Álbum – Stalingrad (Brothers In Death) [2012]




01 – Hung, Drawn and Quartered

A música inicia com um dueto clássico , direto e poderoso, saindo para a sequência de riffs pesados e melódicos que é a idêntidade do guitarrista Wolf Hoffmann seguido de um lick/solo.
A voz de Mark ainda esta em um ponto alto, não perdendo nada em relação ao penúltimo album da banda (Blood of the Nations [2010] Eleito melhor album daquele ano) . Voz sempre arranhada no melhor estilo Brian Johnson (AC/DC) e o ex vocalista da banda, o próprio Udo.
A música é direta, inicia o album com “porradaria”, perfeita para ser a primeira música do trabalho. O refrão também é direto, os versos são corridos, na bateria, Stefan faz aquele feijão com arroz para a música não perder a essência, dando o ritmo com pedais duplos no refrão mostrando que o Accept voltou para arregaçar com tudo mesmo.
No fim das contas o pedal toma conta durante o restante da música apartir da metade, quebrando mais ainda.
02 – Stalingrad
A segunda música é que da título ao album fala da Batalha de Stalingrado, que custou a vida de pelo menos um milhão de soldados alemães, de tropas do Exército Vermelho Soviético e civis russos, foi a mais sangrenta das batalhas decisivas da Guerra de Extermínio liderada por Hitler.
Riffs cavalgados no primeiro verso dão mais uma vez o peso que o Accept sempre obteve com os riffs de Wolf Hoffman, logo de ponte a música da uma esfriada com um toque melódico, com backings vocals em coro (clássico do Accept), e Mark soltando o vozeirão introduzindo o refrão.
O refrão entra o couro Accept de se fazer, gritando “STALINGRAD”, com Mark fazendo suas firulas por cima destes backings. O pós refrão também clássico com o coreto fazendo notas graves.
Grande música, duetos, riffs, baterias. Talvez a melhor do album. No final da música Wolf chama um de seus solos magníficos, com muita melodia em cima de um clima nostálgico.
03 – Hellfire
Outra introdução clássica com uma sirene de guitarras no fundo, levando a um riff pesado e cadenciado. Logo mais o baixo pega, aqui já da para saber que o Accept vai quebrar tudo durante o cd inteiro, pois é outra pedreira, as frases de Mark são muito bem elaboradas, os riffs cada vez mais, da vontade de não parar de escutar cada música que passa.
O pré refrão muito pesado, havendo trocas de guitarras com vocais, já o refrão é pegado como sempre com a batera subindo de batida até chegar no pedal duplo novamente.
Vamos falar de solo, até agora o melhor solo de guitarra do cd. Perfeição com harmônicos estalados e altos, definem bem o heavy clássico da banda, característica única do Wolf.
04 – Flash to Bang Time
Essa sim revela o baterista Stefan, a música inicia com ele introduzindo uma porradaria power metal seguida de solos. A música é quebraceira total de guitarras, só pára para Mark cantar seus versos e já volta a porradaria. O refrão são os coros cantados de Mark com backing vocals e em seguida ele solta aqueles gritos “metal”, música que ja foge um pouco das anteriores, mas não quer dizer que seja uma música ruim, é diferente, basta entender o que esta sendo transmitido.
Depois do segundo refrão a música pega uma linha de “fúria” com Mark cantando tudo em uma linha de notas baixas colando no solo furioso. Depois do solo vem o dueto majestoso! Muito boa passagem da música que ainda não tínhamos visto nas músicas anteriores, esta quebraceira toda desemboca novamente no refrão.
05 – Shadou Soldiers
Esta começa com uma introdução linda, violão e por baixo uma guitarra “chorando”, isto é abertura de um riff cadenciado/cavalgado, em clima de “guerra” mesmo. O riff principal é dobrado, mantém a linha com os vocais explicando que soldados morreram pela liberdade.
Meu estilo preferido de música, o verdadeiro Metal Clássico é mostrado perfeitamente nesta música, obra prima do Accept. O refrão clássico com backings e tudo o que tem direito. É aquela música que costuma arrepiar os ouvintes/amantes do bom e velho feeling, solos chorados e perfeitamente executados por Wolf que é sem dúvidas um dos melhores guitarras/feeling que conheço.
06 – Revolution
Inicia com um couro de “pessoas” que estão prontas para revolucionar, a introdução mostra que vem porradaria novamente, aquelas famosas introduções com pratos de batera sendo segurados, dão inicio a mais um riff speed, versos trabalhados e gritados, cheios de licks de guitarras no fundo. O refrão coloca os mesmos ingredientes usados nas músicas anteriores, o refrão com backings seguidos de gritos marcantes de Mark.
07 – Against the World
Esta música traz um refrão bem marcante e muito mais melódico que os anteriores, ao contrário dos outros, o vocal entra antes e o coro de backings depois, os riffs são cavalgados mas bem distribuídos entre guitarras, com notas cheias, elaborando bem os versos.
08 – Twist of Fate
Esta música traz um clima inicial de vingança, o baixo da a cadência nesta música, levando as guitarras a fazerem licks melódicos, indo e vindo nas notas. Nos refrões são usados “mini” solos acompanhados da voz marcante de Mark, muito boa música, o backing vocal entra na metade do refrão com um riff muito pesado lembrando por que o Accept é uma banda desta grandeza.
A música aumenta a cadência da metade para frente não o tornando uma “mesmice”, muito bem elaborada e composta, não é preciso nem falar, o album é uma obra prima até aqui!
Alavancas ressoam no final do solo, depois novamente acelera a música com o refrão em velocidade alta e em baixo aquele solo “fritado”, mas é o “fritado” que poucos sabem fazer.
É um segundo resumo no mesmo cd do que realmente significa “Heavy Metal Clássico”.
09 – The Quick and the Dead
Esta segue a quebraceira do início do cd. Define bem as influências speed e power da banda. Tem um bom verso, e refrão, o que mais marcou são os riffs sem vocal depois do refrão, uma parte instrumental da música, com solos de guitarras e baixo, aí Peter e Herman mostram que também entendem do negócio.
Voltando a falar do refrão, é poderoso e energético, fecha ele com o coro cantando o nome da música.
10 – The Galley
A última música do album inicia com uma introdução ditando o tema de término, característica usada por várias bandas.
Inicia-se um riff cavalgado, entrando a voz e dando espaço ao baixo novamente, dando a ordem neste verso. Mark tem facilidade para conduzir estes trechos em que é uma levada no baixo e as guitarras soltando uns licks. A entrada no refrão é feita como uma obra prima, pré refrão muito pesado dão entrada a um refrão pesado tanto na cozinha como nas vozes.
Solo grande e bem feito com instrumental impecável, retorna ao refrão de forma inigualável, logo após a música da uma esfriada e entra num clima de calmaria, com sons de bixos e passarinhos, agora o que aparece novamente é o feeling de Wolf, conduzindo com um solo melódico de dar arrepios até a música entrar num “fade-out” e finalmente chegar ao final da faixa.

A arte

Prós

O Accept vem desde o penúltimo album com esta formação e lançou 2 albums magníficos, a banda esta muito entrosada, não vejo o que falar da banda de errado, este é o ponto forte dela, trocando de formação todos esperam que se mude algo na banda, mas no Accept não mudou nem sequer a característica vocal.
A banda esta no caminho certo para aumentar mais ainda seu número de fãs e crescer mais ainda, pois não é uma banda tão conhecida quanto o “Iron Maiden” por exemplo, não que o sonho da banda seja este, mas todos gostariam, e alguns se vendem para isso. Menos o Accept.

Contras

As músicas do album seguem muito uma mesma “forma” de composição, não que isto atrapalhe em algo, pois a música é muito boa, mas é previsível onde estará o refrão, o solo, e o pré refrão.

Encontre

Accept – Stalingrad (Brothers in Death) [2012]
05/04/2012


Tracklist:
01 – Hung, Drawn And Quartered


02 – Stalingrad

03 – Hellfire

04 – Flash To Bang Time

05 – Shadow Soldiers
06 – Revolution
07 – Against The World
08 – Twist Of Fate
09 – The Quick And The Dead
10 – The Galley


Nota: 9
Escrita por: Luiz Negrini